Já passava da meia-noite quando eu estava em meu carro voltando para casa após um encontro com amigos. Próximo ao cruzamento com uma avenida, o carro na minha frente foi reduzindo a velocidade assim que o semáforo ficou amarelo. Acredito que ninguém se sinta confortável em parar tarde da noite nos semáforos de cidades grandes, mas aquele era um cruzamento com uma avenida importante, onde o fluxo de carros se mantinha razoável mesmo durante a madrugada. Não tinha como avançar. Através do vidro traseiro do carro da frente, eu pude notar que dentro dele havia um casal, e que o homem era o motorista. Aquele semáforo já era um velho conhecido meu; eu sabia que ele demoraria no vermelho. E parecia que o casal também sabia disso, pois assim que pararam o carro, observei que o homem puxou o freio de mão. Em seguida, ambos se olharam. A penumbra causada pela luz dos postes era suficiente para que eu conseguisse enxergar o contorno iluminado daqueles dois rost