Se há pouco mais de um ano alguém tivesse me pedido para pensar em uma situação caótica capaz de cancelar o Carnaval, eu talvez pudesse mencionar uma guerra imprevista contra alguma nação implicante ou talvez citasse algum desastre natural de grande magnitude. Ou, quem sabe ainda, eu imaginasse uma mudança sócio-política-cultural drástica causada por uma revolução evangélica, onde o Estado se tornaria oficialmente cristão e a população se dobraria aos preceitos bíblicos mais autoritários (assim como aconteceu no Irã com a Revolução Islâmica). Todas essas distopias eu poderia considerar como grandes motivos para acabar com o Carnaval em nosso país. No entanto, dentro de minha visão limitada de possíveis tragédias, eu jamais incluiria o surgimento de um vírus com potencial pandêmico. Meu amigo Samuel me convidou em cima da hora para passar o feriado com ele no Rio de Janeiro. Ficamos hospedados em Copacabana e o que vimos foi uma cidade que, de